"Não
deixemos de congregar-nos..." Hebreus 10.25
Estudiosos aumentam dia a dia sua convicção de que
a doutrina da Igreja vem se enfraquecendo e, em alguns casos, sendo até
abandonada pelos evangélicos. Robert W. Patterson, assessor do diretor
executivo da Associação Nacional de Evangélicos, expôs sua preocupação na
edição de março de 1991 de Christianity Today ("Cristianismo
Hoje"):
Quando o
presidente Dwight Eisenhower[1] se converteu, ele fez sua pública profissão
de fé em Jesus e foi batizado na Igreja Presbiteriana Nacional, em Washington,
no segundo domingo após sua posse em 1953. Tivesse o presidente expressado
interesse em tornar-se cristão uma geração mais tarde, segundo os prognósticos
evangélicos mais conscientes, e ele poderia nunca ter sido desafiado a identificar-se
com o corpo de Cristo pelo batismo, tornando-se membro da igreja. Um
relacionamento pessoal com Jesus, diria mais tarde, é tudo que realmente
importa. [2]
Obviamente, devemos concordar de todo o coração
que, sem um relacionamento pessoal com Jesus, tudo é inútil. Mas não devemos
argumentar equivocadamente que o relacionamento com Cristo diminui a
importância da igreja. Mas, da forma como agem, é exatamente o que a multidão
dos evangélicos imagina.
A frequência à igreja está contaminada pela doença
da “lealdade condicional” que produziu um exército de “caronas eclesiásticos”.
O polegar do carona diz: "Você compra um carro, paga as revisões, a conservação
e o seguro, abastece-o — e eu vou com você. Mas, se você sofrer um acidente,
estará sozinho. E se eu sofrer algum malefício provavelmente ainda vou te
processar".
Assim é o credo de muitos frequentadores da igreja,
hoje: "Você comparece ao culto, participa das reuniões e se envolve com
todos os compromissos na igreja, paga as contas — e eu apareço de carona para
assistir à Escola Dominical ou assistir um culto. E tem mais, se o que eu vou
ver por lá não me agradar, vou criticar, reclamar e provavelmente vou dar o
fora — meu polegar está sempre pronto para pegar uma carona em outra igreja
melhor".
Essa pretensa “lealdade condicional” alimenta-se de
uma mentalidade de consumidor de supermercado cristão — que escolhe aqui e ali
a forma de preencher sua lista de compras eclesiástica. Os caronas frequentam a
uma igreja pela pregação no domingo, mandam os filhos para assistirem a um
programa especial dos jovens em outra igreja no sábado e vão à reunião de
doutrina em outra. Possuem um vocabulário particular que inclui: "eu
vou", "eu assisto", mas nunca "eu pertenço"
ou "eu sou membro". George Barna comenta esta maneira de
proceder: "A média dos adultos pensa que pertencer (ser membro) a uma
igreja é bom para os outros, mas um fardo desnecessário para si mesmos".[3]
Portanto, hoje, no século XXI, vemos um fenômeno
inimaginável em qualquer outro século: cristãos sem igreja. Há um
grande rebanho de cristãos confessos que vivem como nômades, sem
responsabilidade, disciplina ou discipulado, alheios aos benefícios normais da
comunhão com a igreja.
Como disse Cipriano (Pai da
igreja, século III),[4] eles têm Deus como Pai, mas rejeitam a igreja
como mãe e, como resultado, são incompletos e têm seu crescimento retardado. A
tragédia é grande e complexa, porque as estatísticas indicam que os homens
estão muito menos comprometidos com a igreja do que as mulheres[5] — produzindo inevitavelmente uma liderança
contraída.
Quanto à razão pela qual a Igreja caiu em tempos
tão difíceis, historiadores revelam que uma forte ênfase ao "invisível corpo
de Cristo", dada pelos líderes evangélicos, produziu um descaso implícito
pela igreja visível. No entanto, no Novo Testamento a filiação à
Igreja invisível, sem participação em uma comunidade local, não é
considerada. [6]
Outra razão para a desagregação de muitos cristãos
é
1) O histórico individualismo do
cristianismo evangélico; e
2) O aprofundamento do impulso contra a autoridade.
A tendência natural é pensar que se necessita
apenas de um relacionamento individual com Cristo e com nenhuma outra
autoridade. Este pensamento produz soldados cristãos solitários que demonstram
sua coragem lutando não na igreja, mas indo sozinhos ao mundo, com a Bíblia na
mão como sua bandeira, para enfrentar sozinhos a batalha contra este mundo
fora-da-lei.
Este pouco caso pela doutrina da Igreja é estranho,
para não se usar outra expressão mais grave. Ele ignora não apenas as
Escrituras, mas o consenso dos doutores da Igreja. Agostinho, em Enchiridion, detém-se
na igreja visível, dizendo:
“Pois,
fora da igreja eles [os pecados de cada um] não conseguem
nenhuma remissão. Pois é a igreja, em particular, que recebeu a determinação, o
Espírito Santo, sem o qual, nenhum pecado recebe remissão” [7].
Agostinho não podia conceber alguém ser regenerado
e, ainda assim, estar separado conscientemente da igreja visível: "O
desertor da igreja não pode estar em Cristo, uma vez que não está entre os
membros de Cristo”. [8]
Martinho Lutero semelhantemente declarou:
"Fora da Igreja cristã, não há salvação ou perdão de pecados, mas uma
morte eterna e maldição; embora possa existir uma magnificente aparência de
santificação...”. [9]
Calvino repetiu o pensamento de Cipriano de que a
evidência de ter Deus como Pai é ter a igreja como mãe. Na realidade, ele dá o
subtítulo: "A Igreja Verdadeira com a qual, como Mãe de Todos os Santos,
Devemos Manter a Unidade" ao primeiro capítulo do livro IV de seus Princípios. [10] E, em
seus comentários sobre Efésios, escreve: "A igreja é a mãe comum de todos
os santos, que traz alimento e governa no Senhor, tanto reis, como o povo; e
isto é feito pelo ministério. Aquele que negligencia ou despreza esta ordem
quer ser mais sábio que Cristo. Ai de seu orgulho!”. [11]
Os crentes em Cristo, por isso, deveriam zelosamente guardar e promover
a unidade da igreja. Calvino disse: “Existe
apenas uma noiva de Cristo e essa noiva é a totalidade de todos os cristãos
neste mundo” (Comentário sobre o salmo 133:1). Ele diz ainda: “Unidade e unanimidade são necessárias quando a
igreja deseja persistir neste mundo”. Em seu Comentário sobre o Salmo 47:10, ele escreve que “a unidade da
igreja consiste no fato de que aquele povo é santamente preparado para seguir a
Palavra de Deus, de modo que há um rebanho e um pastor”.
Desde que
existe apenas uma igreja, argumenta Calvino, fora dela não há salvação.
A razão para isto é que Deus confiou somente a ela o ministério da
Palavra e os sacramentos como meios de graça. Esta linguagem forte foi mais
tarde modificada na Confissão de Fé de Westminster em 1647
quando ela declarou que fora da igreja de Cristo não existe “qualquer
possibilidade ordinária de salvação”. Há exceções, mas, estas apenas
provam à regra que nós somos dependentes da igreja como nossa mãe para
a dispensa de todos os benefícios salvíficos que Cristo obteve para os crentes. Calvino
explica a crucial importância do ministério dela deste modo:
“Contudo, uma vez que agora nosso
propósito é discorrer acerca da Igreja visível, aprendamos, mesmo do mero
título mãe, quão útil, ainda mais, quão necessário nos é seu
conhecimento, quando não outro nos é o ingresso à vida,
a não ser que ela nosconceba no ventre, a não ser que nos dê
à luz, a não ser que nos nutra em seus seios, enfim,
sob sua guarda e governo nos retenha, até que, despojados da
carne mortal, haveremos de ser semelhantes aos anjos (Mateus. 22:30). Porque
nossa fraqueza não permite que sejamos despedidos da escola até que tenhamos
passado toda nossa vida como discípulos” (Institutas, IV.I, iv).
A
lógica aqui é surpreendente. Se Deus é nosso pai através da regeneração, a igreja deveser nossa mãe que nos traz ao nascimento e nos
alimenta para a vida espiritual (Gálatas 4:8-22; Hebreus. 5:13-6:1). A igreja, como a noiva
de Cristo, diz Calvino,
“... é o ventre no qual o descrente infértil encontra o evangelho, [ela] está impregnadapelo Espírito Santo pela pregação da palavra. É ela
que nos nutre, alimentando-nosem seu seio com o
leite puro do evangelho, dando-nos mais tarde o alimento sólido da sã doutrina e do
discipulado. Ela nos guia com sua longa
sabedoria, ensinada a ela pelo Espírito Santo da Palavra de Deus, pelos longos tempos da sua história – a mesma sabedoria de Deus em
Cristo, a quem ela se submete. E o seu noivo divino-humano cuida dela,
conduzindo-a e amando-a, ensinando-nos através da sua palavra e por meio do seu
Espírito – em sua igreja”.
A Confissão Suíça, ou Second Helvetic
Confession ("A Segunda Confissão Helvética"), apresenta a
idéia ainda com mais força:
Da mesma
forma que não houve salvação fora da arca de Noé, quando o mundo foi destruído
pelo dilúvio; cremos que não haja certeza de salvação fora de Cristo, que se
oferece a si mesmo para ser usufruído pelos escolhidos na igreja;
e, quando ensinamos que aqueles que querem viver não podem ser separados da
verdadeira Igreja de Cristo (Capítulo 27).[12]
Finalmente, a Westminster Confession ("A
Confissão de Westminster") refere-se "à igreja visível... fora da
qual não há uma possibilidade ordinária de salvação" (Capítulo 25.2).[13]
Concluímos, então, que os caronas da igreja, os que
perambulam pelas igrejas, os soldados solitários, cristãos que desdenham a
congregação, são aberrações na história da Igreja cristã e estão cometendo um
grave erro.
A DOUTRINA DA IGREJA
Não há texto capaz de inflamar a alma de alguém
como Hebreus 12.22-24, que descreve sete maravilhas que o cristão experimenta
na igreja:
Mas
tendes chegado ao monte e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém
celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembléia e à igreja
dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos
dos justos aperfeiçoados, e a Jesus, o Mediador, e ao sangue da aspersão, que
fala cousas superiores ao que fala o próprio Abel.
1) Primeiro, vimos à cidade de Deus —
você chega ao monte e à cidade do Deus vivo a Jerusalém celestial. O monte era
o local da fortaleza dos jebuseus, que Davi capturou e transformou no centro
religioso de seu reino ao trazer a arca do Senhor à presença de Deus. Quando
Salomão construiu o Templo e instalou a arca, Sião e Jerusalém tornaram-se
sinônimos da morada terrena de Deus. Em Cristo, nós nos tornamos a Jerusalém
espiritual, vinda do alto. Num certo sentido, isto ainda está por acontecer,
mas, ao mesmo tempo, nós já o atingimos. Os cristãos já são
cidadãos dos céus e podem usufruir de seus privilégios.
2) Em segundo lugar, no momento em que a
igreja se encontra com os anjos, milhares e milhares deles,
numa comunhão de alegria. Moisés nos conta que "miríades de santos"
assistiram à entrega da Lei (Deuteronômio 33.2), e de Daniel ouvimos "milhares
e milhares o serviam, [os povos daquela época — Deus]; miríades
e miríades estavam diante dele" (Daniel 7.10). Davi disse: "Os
carros de Deus são vinte mil, sim milhares de milhares", milhares
de anjos (Salmo 68.17). Na igreja, nos deparamos com esse
desconcertante número de anjos, todos em celebração de alegria. Eles estão
por toda parte — poderosos
e ardentes espíritos, "espíritos ministradores enviados para serviço, a
favor dos que hão de herdar a salvação" (Hebreus 1.14), entrando e
saindo de nossas vidas, movendo-se ao nosso redor e sobre nós, a exemplo do que
fizeram a Jacó.
3) Em terceiro lugar, chegamos aos companheiros
crentes — "à igreja dosprimogênitos, cujos nomes estão
escritos nos céus". Jesus era o primogênito por excelência, e, em
virtude de nossa união com Ele, nós somos primogênitos.
Todos os direitos de herança vão para o primogênito — a nós,
"co-herdeiros com Cristo" (Romanos 8.17). Na igreja
fazemos mais do que entrar um na presença do outro — há verdadeira comunhão.
4) Em quarto lugar, chegamos a Deus —
"Chegais a Deus, o Juiz de todos os homens".
Chegamos com temor, porque Ele é o Juiz — mas não nos
aproximamos com um temor covarde, porque seu Filho assumiu o
julgamento por nós. Este é o nosso maior gozo — reunir-nos diante de nosso
Deus!
5) Em quinto lugar, chegamos triunfantes à
igreja celestial — "aos espíritos dos justos aperfeiçoados".
Embora estejam nos céus, compartilhamos a solidariedade com aqueles que
partiram antes. Dividimos os mesmos segredos revelados e alegrias que Abraão e
Moisés e Davi e Paulo.
6) Em sexto lugar chegamos a Jesus, o mediador da
nova aliança. Jesus mediou nossa reconciliação com seu sofrimento, morte e
ressurreição. No Sinai, Moisés foi o intermediário. Mas o Monte Sinai
representa o que era temporário, o que acabou. Mas agora temos uma nova aliança
e Jesus é o mediador desta aliança eterna. Não temos de olhar para Moisés e sim
para Jesus que é o que remove a culpa e intercede por nós.
7) Em sexto lugar, atingimos o perdão,
por causa de Jesus que foi aspergido — sangue
derramado — "e
o sangue derramado que fala melhor que o sangue de Abel". O sangue de Abel
clamou por condenação e julgamento, mas o sangue de Cristo proclama que estamos
perdoados e temos paz com Deus. Aleluia!
As Escrituras dizem que, na igreja,
"conquistamos" (jál) estas sete sublimes realidades: 1) A
cidade de Deus, 2) miríades de miríades de anjos, 3) irmãos
crentes, 4) a presença de Deus, 5) o
triunfo da igreja, 6) a presença de Deus e 7) o
perdão!
Se isto não criar uma fonte de graça em seu coração
e uma ansiedade pela comunhão com a igreja visível, nada mais o fará!
John Bunyan certa vez contou que caiu em desânimo
por vários dias, procurando desesperadamente uma palavra de Deus que viesse ao
encontro de suas necessidades — e, então, este mesmo grande texto veio a suas
mãos. Bunyan escreveu:
Mas a
noite não foi boa para mim; eu já havia experimentado melhores. Ansiava pela
companhia de algumas pessoas de Deus com quem eu pudesse partilhar o que Ele me
havia mostrado. Cristo era um Cristo precioso para minha alma naquela noite. Eu
pude deitar-me em minha cama, como raramente fizera, com alegria e paz e
triunfo através de Cristo.[14]
Temos que olhar para estas imagens deslumbrantes do
Novo Testamento, num esforço de elevar nossos pensamentos às alturas. Como
igreja, somos:
1) realmente o corpo de
Cristo (Efésios 1.22,23). Ele é a Cabeça e, como membros de seu corpo, temos ao
mesmo tempo profunda unidade, diversidade e mutualidade.
2) Somos um templo (Efésios
2.19-22). Ele é a pedra angular, e nós, as pedras vivas (1 Pe 2.5), formando um
lugar vivo de louvor.
3) Nós somos a Noiva (Efésios
5.25-33). E Cristo, nosso Noivo, nos ama com um amor santo que nos levará às
bodas do Cordeiro.
4) Somos suas ovelhas, e Ele,
nosso Bom Pastor (João 10.14-16,25-30).
5) Ele é a Videira, e nós, os ramos. Estamos
organicamente nEle, retirando dEle todo o sustento de nossas vidas (João
15.5).
O que deveria esta verdade de que somos Igreja significar
para nós? Deveria encher-nos com profunda gratidão, com ação de graças. Temos
de cantar: "Sou seu corpo, seu templo, sua noiva, sua ovelha, seus ramos.
Eu vim à sua cidade, aos anjos, aos irmãos, ao próprio Deus, à igreja
glorificada, a Jesus, ao perdão pelo sangue de Cristo".
Esta doutrina ainda nos conta que a Igreja
sobreviverá ao mundo. Harry Blamires escreveu:
O mundo
é como um trem expresso, dirigindo-se para o desastre — talvez, rumo à
destruição total. E, nesta situação verdadeiramente desesperada, alguns
passageiros correm para cima e para baixo nos corredores, anunciando uns aos
outros que a Igreja está em grande perigo! Seria hilariante, não fosse tão
séria a situação. Porque a maioria dos membros da Igreja já saltou em estações
intermediárias. Nós mesmos estaremos saltando em breve, de qualquer maneira. E,
se a colisão acontecer e o mundo transformar-se em cinzas, a única coisa que
sobreviverá ao desastre será obviamente a Igreja. [15]
Pessoalmente, creio que fazemos parte da maior
instituição que o universo jamais conheceu, e que somos tragicamente
diminuídos, por não participarmos do corpo de Cristo. Da mesma forma, a igreja
também é diminuída por nossa não-participação. Eu e você precisamos da
igreja! As Escrituras são muitíssimo claras com relação a isto: "Não
deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos
admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima" (Hb
10.25).
Esta franca exortação tem de ser suficiente. Mas há
outras fortes razões para nossa participação fiel na igreja, das quais, como
argumentou Cipriano, a menos importante não é a de que todos nós precisamos ter
uma mãe. A igreja certamente foi isto para mim. Ela foi o ventre materno que
aqueceu minha alma, até que eu estivesse pronto para nascer.
A igreja me deu o leite da Palavra através do
poderoso ensino de meu professor doCollege Department, Robert
Seelye. Acompanhou-me durante os tempos difíceis através das orações de minhas
mães espirituais, como Roselva Taylor. Foi O ventre e o berço de minha esposa
também. Quando nossos filhos nasceram, ficava ao nosso lado no momento em que
os dedicávamos a Deus. Também foi a mãe de meus melhores amigos.
Devo muito à igreja: Ela me gerou, deu-me à luz e
me alimentou até agora com sua palavra, seu conforto e paz. Devemos crer na
igreja! (como confessamos no Credo Apostólico: “Creio no Espírito
Santo; na santa Igreja universal; na comunhão dos santos”).
Entendo, então, que precisamos da proteção maternal
da igreja. E, jamais usufruiremos de seus benefícios separados da Cabeça. Toda
a vida cristã gira em torno de compromisso — em primeiro lugar e acima de tudo
com Cristo, mas também com a igreja, a família, amigos e ministério. Nenhum
destes florescerá sem compromisso.
Por exemplo, o casamento nunca poderá produzir a
segurança, a satisfação e o crescimento que promete, a menos que haja um
compromisso. É por isso que os casamentos de hoje estão durando cada vez menos.
O compromisso de viver os bons e maus tempos é o que faz o casamento
solidificar-se.
Numa definição elementar, você não precisa ir à
igreja para ser cristão.
Tampouco
precisa ir para casa para ser casado. Mas, em ambos os casos, terão um
relacionamento muito deficiente.
Dentre os benefícios do compromisso que induzem ao
crescimento da igreja, estão:
· O louvor — a alma é
unida a Deus numa única comunidade de louvor.
· Ouvir a Palavra — a alma é nutrida com o alimento correto,
trazendo saúde para todo o ser.
· Participar da Mesa do Senhor — você se sente renovado ao agradecer a Deus
pela obra restauradora de Cristo.
Nós te
saboreamos, ó Pão vivo, E ansiamos por festejar-te. Bebemos de ti, ó Manancial,
Para
matar a sede de nossas almas por ti (Bernard de Clairvaux)
· Discipulado — um necessário aprofundamento é alcançado,
que o não - comprometido jamais conhecerá.
· Visão e missão — uma visão sobrenatural pela vida toma lugar,
o que resulta em missão.
Precisamos da igreja porque as Escrituras assim o
determinam, porque precisamos de uma mãe e porque, sem esse compromisso, não
cresceremos.
A DISCIPLINA DA IGREJA
Não importa quem você seja — presidente da
república, executivo ou líder eclesiástico — ou o quanto esteja ocupado, a
igreja tem de ser o verdadeiro centro de sua vida. O carona de igreja
é uma aberração — assim como o compromisso frouxo.
Os crentes do tipo "agente livre", que
vivem experimentando igrejas, uma temporada aqui outra acolá, jamais alcançarão
maturidade espiritual. Neste início de século XXI, tanto a Igreja quanto o
mundo precisam de homens que pratiquem a disciplina da igreja.
Disciplina da Freqüência Regular
Você
precisa comprometer-se com a freqüência regular aos cultos de louvor de sua
igreja. Sua agenda precisa curvar-se a este compromisso. Quando viajar,
programe-se para estar de volta à igreja e, se isto não for possível, compareça
a um culto em outro lugar.
Disciplina da Congregação
Se você
não é membro da igreja, precisa comprometer-se diante de Deus a encontrar uma
boa igreja, afiliar-se a ela, apoiá-Ia e submeter-se à sua disciplina. -,
Disciplina da Contribuição
O apoio
financeiro à igreja deve ter precedência sobre os seus compromissos
para-eclesiásticos, e precisa ser regular e sistemático (dez por cento é um bom
ponto de partida).
Disciplina da Participação
Seu
tempo, talentos, habilidade e criatividade devem fluir sobre a igreja, para a
glória de Deus.
Disciplina do Amor e Oração
Timothy
Dwight, herdeiro dos puritanos e maior presidente da Universidade de Yale,
escreveu:
Eu amo
tua igreja, ó Deus!
Suas
paredes se estabelecem diante de ti.
Amada
como a menina de teus olhos.
E esculpida
em tua mão.
Por ela
minhas lágrimas cairão;
Por ela
minhas orações se elevarão;
Para ela
meus cuidados e minha labuta serão dados,
Até que
a labuta e os cuidados se extingam.